Enrique Pastor
Sócio diretor, Kreston FLS, México
Plano México: A grande reforma económica e fiscal
Abril 30, 2025
O governo mexicano lançou o Plano México, uma ambiciosa estratégia económica destinada a atrair investimento estrangeiro, modernizar as infra-estruturas e promover práticas empresariais sustentáveis. Publicado no Diário Oficial da Federação, o plano introduz incentivos fiscais significativos e reformas regulamentares concebidas para impulsionar o crescimento económico e aumentar a competitividade do Méxicona cena global.
O Plano México visa os investidores globais com uma revisão das infra-estruturas
Um dos principais objectivos do plano é tornar o México mais atrativo para os investidores internacionais, simplificando os procedimentos burocráticos e eliminando as barreiras à entrada. Ao mesmo tempo, o governo está a afetar recursos substanciais a projectos de infra-estruturas em sectores como a energia, os transportes e as telecomunicações. Ao melhorar estas áreas críticas, os funcionários esperam criar um ambiente empresarial mais eficiente que incentive o investimento a longo prazo e a expansão económica.
Incentivos fiscais no âmbito do Plano México visam estimular o crescimento das empresas
Para apoiar este crescimento, o plano introduz igualmente várias medidas fiscais destinadas a reduzir a carga fiscal sobre as empresas e a estimular o investimento. As empresas que investem em sectores prioritários poderão solicitar deduções fiscais adicionais até 30% para custos de infra-estruturas, maquinaria e equipamento. Além disso, as empresas que estabeleçam operações em Zonas Económicas Especiais (ZEE) recentemente designadas beneficiarão de uma taxa reduzida de imposto sobre as sociedades de 20% durante os primeiros dez anos, uma diminuição significativa em relação à taxa geral de 30%. Outros benefícios fiscais incluem a depreciação acelerada de activos para as empresas dos sectores da energia limpa e da tecnologia, bem como isenções de impostos locais sobre os salários e sobre a propriedade durante um período máximo de cinco anos em determinadas regiões.
Plano México integra a sustentabilidade na estratégia económica
A sustentabilidade é também um pilar central do Plano México. O governo introduziu uma série de incentivos para encorajar as empresas a adotar práticas amigas do ambiente. As empresas que investem em projectos de energias renováveis, como a energia solar, eólica ou geotérmica, poderão beneficiar de créditos fiscais que cobrem até 25% do seu investimento total. As empresas que adquirirem tecnologias limpas, incluindo veículos eléctricos e equipamento energeticamente eficiente, poderão deduzir imediatamente essas despesas. Entretanto, as empresas que reduzirem com êxito as suas emissões de carbono receberão certificados de carbono negociáveis, que podem ser utilizados para compensar as obrigações fiscais ou vendidos nos mercados internacionais. O plano inclui também incentivos financeiros para as empresas que implementem práticas de economia circular, como a reciclagem e a reutilização de materiais, através da redução dos impostos ambientais.
Zonas Económicas Especiais
Um elemento-chave da estratégia é a criação de quatro Zonas Económicas Especiais (ZEE) destinadas a impulsionar o desenvolvimento regional e a atrair investimentos específicos da indústria. A ZEE Sudeste, que abrange estados como Tabasco e Chiapas, concentrar-se-á nas energias renováveis, no agronegócio e no turismo sustentável. A ZEE Norte, que inclui regiões como Nuevo León e Coahuila, dará prioridade à indústria transformadora avançada, à logística e às tecnologias da informação. O ZEE do Pacífico, que abrange Guerrero, Oaxaca e Michoacán, concentrar-se-á nas infra-estruturas portuárias, na pesca sustentável e em iniciativas de energia limpa. Entretanto, a ZEE Central, que abrange Hidalgo, Puebla e Tlaxcala, apoiará o crescimento dos sectores automóvel, têxtil e agroindustrial.
Considerações estratégicas para as empresas que participam no Plano México
Espera-se que a implementação do Plano México crie oportunidades significativas para as empresas, mas também traz desafios. Os especialistas recomendam que as empresas avaliem se a deslocalização ou a expansão para Zonas Económicas Especiais poderá trazer vantagens financeiras. As empresas devem também rever as suas estratégias fiscais para garantir que maximizam as deduções disponíveis e as taxas reduzidas. Além disso, a adoção de práticas sustentáveis poderá desbloquear mais incentivos, alinhando simultaneamente as operações com as normas ambientais globais. Dada a complexidade da nova regulamentação fiscal, as empresas são aconselhadas a procurar orientação especializada para garantir o cumprimento e evitar potenciais penalizações.
Com o Plano México, o governo está a posicionar o México como um destino líder para os negócios internacionais, ao mesmo tempo que impulsiona a expansão económica interna. Espera-se que a combinação de incentivos fiscais, desenvolvimento de infra-estruturas e medidas de sustentabilidade atraia investimentos significativos. No entanto, as empresas terão de navegar cuidadosamente no cenário regulamentar em evolução para tirar o máximo partido das oportunidades apresentadas por esta reforma económica abrangente.